Comentário à Coluna Pensata da Folha de 15.12.2005

Silvio Tonietto

Este artigo é quase bom. A passagem que o inicia só poderia ser mesmo de um personagem cômico de Jean Batiste Poquelin (Molière). É uma pena que a coluna termine mal. Com efeito, o articulista demonstra não conhecer marketing, para reconhecer que a história da fumaça na literatura, no cinema e na fotografia ocorreu em razão do lobby dessa indústria. Também demonstra não conhecer medicina, já que cigarro foi elevado à categoria de doença pela ONU desde 1992. Nem Ética, pois o fabrico do cigarro, não fosse o ‘ilícito’, seria o próprio 171 do nosso Código Penal (obter vantagem em prejuízo alheio (à saúde e econômica) mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento (nicotina é droga e causa dependência como já confessou expressamente a Philip Morris, em seu sítio eletrônico, em outubro de 1999). Muito menos Direito, pois o comércio do tabaco afronta flagrantemente vários dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. Quanto a valer a pena recomendar, além do O Cigarro da Publifolha, existem mais de 100 mil livros escritos a respeito dos malefícios do tabaco e/ou dos benefícios de não fumar (palestra do Secretário de Saúde do México e Porto Rico, Dr. José Ramon Calvo Fernandes, no Hospital Santa Catarina [SP/SP], em 30/06/05). O sítio eletrônico da Associação de Defesa da Saúde do Fumante (www.adesf.com.br), por exemplo, indica vários.

Fonte: AMATA, em 15.12.2005.