Formulário de Busca

08/09/08 - 12h29 - Atualizado em 08/09/08 - 12h29

Defesa do tabagismo em lugares públicos é estapafúrdia, diz médico

Colunista do G1 critica posicionamento do presidente Lula.
Danos humanos e econômicos do fumo passivo são inquestionáveis.

Luis Fernando Correia Especial para o G1

Tamanho da letra

 

saiba mais


A decisão de fumar ou não é exercício do livre arbítrio e, portanto, direito de cada um. Mas ignorar os malefícios do tabagismo passivo e fazer campanha contra as regras que visam a proteger a saúde pública é prova de desinformação. Por conta disso, a defesa do ato de fumar em qualquer lugar feita pelo Presidente da República merece a desaprovação de todos.

 

Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN


Acredito que a morte de pelo menos 2.655 brasileiros não–fumantes, a cada ano (sete por dia), vítimas do tabagismo passivo, deva interessar ao presidente. Esses dados foram obtidos em pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, com indivíduos de mais de 35 anos, que nunca fumaram e eram expostos involuntariamente à fumaça de cigarro.


As mortes computadas nesse estudo só dizem respeito às três principais causas de mortes relacionadas ao fumo passivo, o que pode tornar a contagem real mais impressionante. Sempre existem aqueles que propõem argumentos pseudo-econômicos para discutir as proibições do uso do fumo em locais públicos.
Vamos analisar dados reais para tentar formar uma convicção.

Custo alto

O tabagismo custa ao Brasil, segundo pesquisa da Fiocruz, somente com hospitalizações e quimioterapia no Sistema Único de Saúde, mais de R$ 330 milhões por ano.


Outro argumento muito utilizado pelos defensores da fumaça do cigarro é de que as medidas restritivas podem gerar perda econômica e desemprego. Até o momento as estatísticas internacionais, obtidas em cidades que estabeleceram medidas restritivas ao fumo em locais públicos, contrariamente ao que se dizia, mostraram expansão de clientela e maior geração de renda.

 

Nem mesmo o famoso “Homem de Malboro”, que emprestou sua imagem à indústria do tabaco, escapou dos males do cigarro. Na verdade, dois atores que protagonizaram as campanhas publicitárias morreram de tumores malignos de pulmão. A família de um deles, David McClean, falecido em 1995, acionou judicialmente a Phillip Morris pelo uso freqüente dos cigarros nas gravações. Portanto, quando alguém quiser falar de tabagismo deve se informar corretamente primeiro e não simplesmente defender o que acredita ser um direito seu, que na verdade custa muito caro aos cofres públicos e à saúde do país.

 

Leia mais notícias de Ciência e Saúde

Enviar para amigo

Há problemas com o preenchimento do formulário.

A lista dos campos abaixo e assinalados em amarelo contém erro.

Sucesso!

Sua mensagem foi enviada com sucesso! Clique aqui para enviar uma nova mensagem ao G1.

Formulário de envio para amigo
  • separar os emails por vírgulas


histórico de saúde em foco

  1. Qui, 04/09/2008
  2. 09h30

    Estudo traz novas evidências de que vacinas não causam autismo

    Não houve elo entre imunização contra sarampo e surgimento da doença. Medo de ter filhos com problema levou pessoas a evitar vacinação.

  3. Qua, 03/09/2008
  4. 10h55

    Falta de ferro na comida pode comprometer futuro de crianças

    Até as com medidas físicas que parecem normais têm atraso mental. Em países em desenvolvimento, até 40% podem sofrer do problema.

  5. Ter, 02/09/2008
  6. 10h49

    Teste ergométrico é altamente eficaz para detectar problemas de coração

    Baixo condicionamento físico é sinal de perigo, diz estudo. Resultados trazem mais uma boa razão para se exercitar.

  7. Seg, 01/09/2008
  8. 10h35

    Investir em saneamento e água potável dá retorno financeiro

    Alguns políticos ainda acham que esse tipo de obra não traz votos. Estudo suíço mostrou que o dinheiro investido pode render 30 vezes mais.

  9. » leia todas as notícias de saúde em foco




editorias


G1 especiais


serviços



Formulário de Busca


2000-2008 globo.com Todos os direitos reservados. Política de privacidade