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EFE

Fabricantes são acusadas de manipular mentol no cigarro para atrair jovens

Qua, 16 Jul, 07h15

Washington, 16 jul (EFE) - As fabricantes de cigarro manipulam os níveis de mentol em algumas marcas específicas para recrutar os jovens no vício, denuncia um estudo que será publicado em setembro "American Journal of Public Health".

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Investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston (Massachusetts), disseram hoje que as marcas de mentol aumentaram sua popularidade entre os adolescentes, em especial os mais jovens que começam a fumar.

O relatório indica que as fábricas de cigarro aplicam "uma estratégia deliberada para recrutar e enganchar os fumantes jovens ao ajustar o mentol a fim de criar uma experiência mais suave para o qual começa a fumar".

O documento explica que o mentol esconde o aroma forte do tabaco e a irritação que causa, mas fornece a porção de nicotina, que é a substância viciante.

"Durante décadas, a indústria do tabaco manipulou cuidadosamente o teor de mentol não só para atrair jovens, mas também para amarrar os consumidores adultos por toda a vida", disse Howard Koh, professor de Saúde Pública e um dos autores do relatório.

A denúncia contra as fabricantes de cigarro surgiu do estudo da analista Jennifer Kreslake e de outros cientistas do Programa de Pesquisas sobre controle de cigarros sobre o desenvolvimento do mentol na indústria do tabaco.

Também fizeram testes de laboratório para medir o teor de mentol nas marcas americanas de cigarro, examinaram relatórios de mercado e analisaram dados nacionais sobre consumo de tabaco entre maiores de 12 anos em 2006.

O trabalho indica que, nesse ano, 43,8% dos jovens entre 12 e 17 anos fumavam cigarros mentolados, consumidos também por 35,6% das pessoas entre 18 e 24 anos.

Em contraste, só 30,6% dos maiores de 35 anos disseram que consumiam tabaco mentolado.

Segundo os investigadores, a introdução, no mercado, de marcas mentoladas mais suaves viola um acordo assinado em 1998 entre as empresas tabaqueiras e os Governos.

Esse acordo proíbe a indústria do tabaco de dirigir a propaganda dos produtos aos jovens.

"Este é outro exemplo do comportamento cínico da indústria do tabaco", manifestou Gregory Connolly, professor de Saúde Pública e outro dos autores do relatório.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, as doenças provocadas pelo consumo de tabaco causam cerca de 480 mil mortes ao ano nos Estados Unidos, onde 18,1% da população é fumante habitual.

EFE

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