15/06/2009 08:49
Mais uma do tabagismo como gerador de doenças
Estudo de Harvard revela que o fumo é um
importante fator de risco no desenvolvimento da degeneração
macular relacionada à idade. Já a substância ômega-3, presente
nos peixes, tem efeito protetor contra a doença
SÃO PAULO (ABN NEWS) - É sabido que o cigarro é um
dos grandes vilões para a saúde do ser humano. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, a cada oito segundos uma pessoa
morre por doenças relacionadas ao tabagismo. O cigarro pode
desencadear doenças cardiovasculares, como infartos e
derrames, e enfermidades pulmonares obstrutivas crônicas, como
a bronquite e o enfisema pulmonar. Agora, mais um dado vem
incrementar a já longa lista dos males do tabagismo: recente
estudo conduzido pela Harvard Medical School, nos Estados
Unidos, revela que o risco de desenvolver degeneração macular
relacionada à idade (DMRI) em fumantes é até duas vezes maior
do que nas pessoas que não fumam.
O estudo envolveu
681 idosos, sendo 222 deles portadores de DMRI em estágios
intermediário e avançado, e 459 sem qualquer sintoma ou
problema ocular. O objetivo foi avaliar apenas a influência de
fatores externos - tabagismo e consumo de alimentos - no
desenvolvimento da DMRI, anulando os fatores genéticos. Foram
realizados exames oftalmológicos detalhados e analisados os
hábitos alimentares dos participantes do estudo. Os resultados
apontaram que 32% dos pacientes avaliados tinham desenvolvido
DMRI por causa do cigarro.
“O tabaco é um dos
principais fatores de risco para várias doenças”, diz
Francisco Max Damico, oftalmologista do Hospital Sírio Libanês
de São Paulo. “É a segunda maior causa de morte no mundo. O
trabalho reforça que o tabagismo é um forte fator de risco
para o desenvolvimento da forma avançada da DMRI.”
Outro resultado obtido no estudo, desta vez positivo,
confirma o efeito protetor da substância ômega-3, contida em
alimentos como peixes. O benefício para os olhos existe quando
se consome peixe duas ou mais vezes por semana. A chance de
proteção chega a ser 22% maior e fica mais evidente quando
acompanhada de baixa ingestão de ômega-6, presente em óleo
vegetal e cereais.
Doença associada ao processo de
envelhecimento, a DMRI é uma das principais causas de perda
grave da visão em adultos. Estima-se que a doença atinja 5
milhões de brasileiros e 300 milhões de pessoas no mundo. Um
paciente portador de DMRI tem dificuldade para fazer
atividades como ler, enxergar placas de rua, cozinhar,
reconhecer as pessoas, ver TV, discar os números do telefone
ou dirigir.
A DMRI é mais comum a partir dos 50 anos.
Como o próprio nome da doença aponta, a idade é o principal
fator de risco para seu desenvolvimento. Há outros fatores que
também contribuem como hereditariedade, tabagismo, pressão
alta, alimentação desequilibrada e obesidade. “A avaliação
oftalmológica rotineira contribui muito para detectar lesões
na fase inicial, principalmente quando o primeiro olho é
afetado e o outro olho, ainda bom, supre a dificuldade
visual”, alerta Damico. “E o resultado do tratamento é tanto
melhor quanto mais precoce for realizado o diagnóstico”,
completa o oftalmologista.
Até recentemente, o
tratamento da DMRI era limitado à fotocoagulação a laser e à
terapia fotodinâmica. Entretanto, o desenvolvimento de drogas
antiangiogênicas inaugurou a promissora era do tratamento
farmacológico da DMRI. Há apenas um medicamento
antiangiogênico aprovado para uso intra-ocular no Brasil, o
Macugen (pegaptanibe sódico), desenvolvido pela Pfizer, uma
indústria farmacêutica de origem norte-americana fundada em
1849 que pesquisa, desenvolve e comercializa medicamentos nas
áreas de saúde humana e animal. Presente em 140 países, a
empresa está no Brasil desde 1952.
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