Dejair
Machado dejair@gazetadosul.com.br |
Os
primeiros meses do ano encerram com saldo positivo para
as exportações de tabaco. Números das indústrias apontam
acréscimo de 18% no faturamento em relação ao ano
passado. O volume físico embarcado, no entanto, foi um
pouco menor.
Com o que foi comercializado até
agora, o setor já movimentou US$ 900 milhões — o
equivalente a R$ 1,7 bilhão. O valor corresponde a um
terço do total obtido nas exportações em 2008, mas está
dentro do previsto para essa época do ano.
A
tendência, de acordo com o Sindicato da Indústria do
Fumo (Sinditabaco), é de que a partir deste mês as
exportações se intensifiquem. “Normalmente o maior fluxo
vai de junho a outubro”, aponta o presidente da
entidade, Iro Schünke. Ele calcula que no fim do ano a
expectativa é obter um faturamento semelhante ao obtido
no ano passado, que foi de US$ 2,7 bilhões.
Até
agora os números são considerados dentro da média
prevista. Segundo Schünke, o acréscimo no volume
financeiro movimentado ocorreu porque o tabaco exportado
ainda é remanescente da safra de 2008. “Em 2009 foi
exportado com o preço médio do ano anterior”, aponta.
FLUXO
A oferta de tabaco para as
exportações chegou a ficar comprometida devido ao atraso
na comercialização. Neste ano a falta de crédito fez com
que as empresas e produtores demorassem a chegar a um
acordo a respeito do preço. As contratações de safreiros
também levaram mais tempo para acontecer e o governo
federal anunciou um pacote com medidas de auxílio.
Contudo, a burocracia na avaliação da capacidade de
endividamento das empresas também foi grande. Por isso
algumas delas precisaram apelar à antecipação do
pagamento ou usar recursos próprios. Até o momento ainda
existem fumageiras que esperam os recursos prometidos
pelo governo federal.
O último levantamento do
Sinditabaco apontou que agora o recebimento do produto
está dentro da média. Cerca de 80% do tabaco Virgínia
foi comercializado. “O atraso não chega a comprometer as
vendas ao exterior. Agora o ritmo está normal”, aponta o
presidente.
Em 2008, foram embarcadas 686 mil
toneladas, mantendo o Brasil como o maior exportador
mundial de tabaco, posição que se mantém ao longo dos
últimos 15 anos. Aproximadamente 85% da produção
brasileira é destinada ao mercado externo, sendo que o
principal comprador é a União Europeia, que absorveu 40%
das vendas no ano passado.
Também já se
iniciaram os preparativos para a safra do ano que vem.
Os canteiros estão prontos e a previsão é de que o
transplante ocorra a partir de julho ou agosto. A área
cultivada deve se manter em 376 mil hectares.
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Exportações
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Rio
Grande do Sul 74% Santa Catarina 25,2% Paraná
0,8% Fonte: Sinditabaco 2008
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