Há quem defenda que a abordagem preventiva
contra o cigarro comece ainda mais cedo, nas escolas, para evitar
futuros dependentes (foto: Franklim de Freitas)
Se no Brasil a prevalência do uso do
tabaco cai de ano a ano, na Capital paranaense ela subiu entre 2007
e 2008, conforme dados do estudo de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Divulgado em abril deste ano, o estudo mostrou uma alta na
percentagem de fumantes em Curitiba, passando de 17,9% para 18,2%. É
apenas um fração que seria, em outra situação, insignificante.
Porém, também pode ser um marco e uma tendência.
No Dia Mundial
sem Tabaco, marcado ontem, há um consenso. Além de estimular que o
fumante deixe o hábito, é preciso evitar que os jovens se iniciem no
tabagismo. Para ajudar os fumantes a abandonar o vício e a evitar
que mais pessoas se tornem dependentes, a Prefeitura aborda o tema
junto aos estudantes matriculados em suas escolas e aos servidores
em geral, além dos usuários das unidades de saúde.
Mesmo assim,
há quem defenda que essa abordagem preventiva comece ainda mais
cedo. “A prevenção tem que começar na escola pública, ainda na idade
pré-escolar. Eles (os jovens) têm que ter orientação desde cedo”,
diz o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando
Macedo, angiologista e cirurgião vascular, também coordenador da
Comissão Estadual de Controle do Tabagismo, ligado à Secretaria
Estadual de Saúde.
“É uma mudança de paradigma, quando você
começa a falar para o pessoal jovem. O que me assusta é que são mais
jovens fumando. Por isso tenho minhas dúvidas se diminuiu mesmo o
número de fumantes”, continua. Pelos números do Vigitel,
aproximadamente 15% da população entre os 11 e 17 anos fumam em
Curitiba. Seriam algo em torno de 35 mil jovens e
adolescentes.
Entre a população adulta a porcentagem fica em
18,2% dos curitibanos que mantêm o hábito de fumar. Mas já foi pior.
O Vigitel também mostrou que 22,4% dos entrevistados se definiu como
ex-fumante.
Porém, o melhor mesmo é não iniciar o vício pelo
cigarro. Os números conseguidos pelos programas da Secretaria
Municipal da Saúde mostram como é difícil deixar o cigarro. Enquanto
nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) que a secretaria
mantém — e que tratam de dependendetes químicos, incluindo drogas
pesadas e o álcool — a taxa de sucesso chega a até 50%, no
Programa de Controle do Tabagismo, que existe há sete anos, a taxa
daqueles que conseguem deixar o fumo gira em 35%. E a recaída também
é muito mais constante neste segundo grupo.
RápidasMulheresA frequencia de
adultos, considerando homens e mulheres acima de 18 anos, que fumam
em Curitiba subiu de 17,9% em 2007 para 18,2% em 2008. O hábito de
fumar está mais disseminado entre os homens curitibanos, que
correspondem a 21,3% do total, enquanto as mulheres fumantes
perfazem 15,4% do total. Curitiba tem um dos maiores índices de
fumantes mulheres do país, ficando atrás somente de Porto Alegre,
Rio Branco e Belo Horizonte. Entre os homens, São Paulo lidera o
ranking, com 27,7% da população masculina fumante.
Ex-fumantesA média de adultos
que se declararam ex-fumantes se manteve estável em Curitiba, com
22,4%. Entre os homens, o índice de ex-fumantes caiu de 26,2% em
2007 para 24,8% no ano passado. Mais mulheres curitibanas largaram o
vício do cigarro, com índices que saltaram de 19% em 2007 para 20,3%
em 2008.
Um
maçoDos fumantes curitibanos, 6,1% declararam fumar 20 ou
mais cigarros por dia, sendo prevalência maior entre os homens
(8,4%) do que entre as mulheres (4,2%).