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Paraná

Saúde Pública

O caminho é evitar o primeiro contato dos jovens com o cigarro

Programas tentam segurar aumento do número de fumantes em Curitiba
  31/05/09 às 18:01  |  Da Redação
Há quem defenda que a abordagem preventiva contra o cigarro comece ainda mais cedo, nas escolas, para evitar futuros dependentes (foto: Franklim de Freitas)
Se no Brasil a prevalência do uso do tabaco cai de ano a ano, na Capital paranaense ela subiu entre 2007 e 2008, conforme dados do estudo de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (Vigitel). Divulgado em abril deste ano, o estudo mostrou uma alta na percentagem de fumantes em Curitiba, passando de 17,9% para 18,2%. É apenas um fração que seria, em outra situação, insignificante. Porém, também pode ser um marco e uma tendência.
No Dia Mundial sem Tabaco, marcado ontem, há um consenso. Além de estimular que o fumante deixe o hábito, é preciso evitar que os jovens se iniciem no tabagismo. Para ajudar os fumantes a abandonar o vício e a evitar que mais pessoas se tornem dependentes, a Prefeitura aborda o tema junto aos estudantes matriculados em suas escolas e aos servidores em geral, além dos usuários das unidades de saúde.
Mesmo assim, há quem defenda que essa abordagem preventiva comece ainda mais cedo. “A prevenção tem que começar na escola pública, ainda na idade pré-escolar. Eles (os jovens) têm que ter orientação desde cedo”, diz o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo, angiologista e cirurgião vascular, também coordenador da Comissão Estadual de Controle do Tabagismo, ligado à Secretaria Estadual de Saúde.
“É uma mudança de paradigma, quando você começa a falar para o pessoal jovem. O que me assusta é que são mais jovens fumando. Por isso tenho minhas dúvidas se diminuiu mesmo o número de fumantes”, continua. Pelos números do Vigitel, aproximadamente 15% da população entre os 11 e 17 anos fumam em Curitiba.  Seriam algo em torno de 35 mil jovens e adolescentes.
Entre a população adulta a porcentagem fica em 18,2% dos curitibanos que mantêm o hábito de fumar. Mas já foi pior. O Vigitel também mostrou que 22,4% dos entrevistados se definiu como ex-fumante.
Porém, o melhor mesmo é não iniciar o vício pelo cigarro. Os números conseguidos pelos programas da Secretaria Municipal da Saúde mostram como é difícil deixar o cigarro. Enquanto nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) que a secretaria mantém — e que tratam de dependendetes químicos, incluindo drogas pesadas e o álcool —  a taxa de sucesso chega a até 50%, no Programa de Controle do Tabagismo, que existe há sete anos, a taxa daqueles que conseguem deixar o fumo gira em 35%. E a recaída também é muito mais constante neste segundo grupo.

Rápidas
Mulheres
A frequencia de adultos, considerando homens e mulheres acima de 18 anos, que fumam em Curitiba subiu de 17,9% em 2007 para 18,2% em 2008. O hábito de fumar está mais disseminado entre os homens curitibanos, que correspondem a 21,3% do total, enquanto as mulheres fumantes perfazem 15,4% do total. Curitiba tem um dos maiores índices de fumantes mulheres do país, ficando atrás somente de Porto Alegre, Rio Branco e Belo Horizonte. Entre os homens, São Paulo lidera o ranking, com 27,7% da população masculina fumante.

Ex-fumantes
A média de adultos que se declararam ex-fumantes se manteve estável em Curitiba, com 22,4%. Entre os homens, o índice de ex-fumantes caiu de 26,2% em 2007 para 24,8% no ano passado. Mais mulheres curitibanas largaram o vício do cigarro, com índices que saltaram de 19% em 2007 para 20,3% em 2008.

Um maço
Dos fumantes curitibanos, 6,1% declararam fumar 20 ou mais cigarros por dia, sendo prevalência maior entre os homens (8,4%) do que entre as mulheres (4,2%).