21.11.2006 – Dia do Diabético

Implicações do tabagismo para o diabético

Mário Albanese

O fumo é o mais completo carcinogênico que se conhece. É consensual que o tabagismo, além de prejudicar os órgãos do corpo, interage como agravante de todas as doenças, inclusive o diabetes. Os malefícios no fumante são visíveis a olho nu basta que se observe a pele sem viço, olheiras acentuadas, gengiva escura, unhas e dentes amarelados, além de mau hálito. A irritação permanente da garganta leva ao Edema de Reinke, um inchaço enorme das cordas vocais, fato que explica a voz grave e rouca do fumante. Sigmund Freud, fumante inveterado de charuto, morreu de câncer na boca. O cérebro do fumante, por toda a vida, jamais esquece o fumo. Assim, recomenda-se àquele que deseja parar de fumar , que conheça tudo sobre o tabaco e suas artimanhas, tendo em vista que não existe resposta fácil para o vício. Infelizmente, a sociedade continua bocejando diante do problema. Afinal, trata-se de um produto oferecido para consumo e que contém 6.700 componentes tóxicos. No entanto, para compreender o estrago que o tabagismo provoca basta analisar apenas três (3) elementos: nicotina, monóxido de carbono e alcatrão.

1 - A nicotina, de todas as drogas conhecidas, é a que mais vicia pois chega ao cérebro em menos de 10 segundos. Ao consumir nicotina o fumante cria no cérebro um mecanismo que escapa do seu controle voluntário. Uma vez instalado, o vício torna-se uma doença crônica, recidivante e difícil de se tratar. Para o vício não há lei nem argumento! Sem fumar, o dependente sofre com a síndrome de abstinência, sentindo ansiedade crescente, irritação, cefaléia, e outros sintomas que só passam fumando... Ressalte-se que as outras drogas dão trégua de dias, ou pelo menos de muitas horas ao usuário. No entanto, as crises de abstinência à nicotina, se sucedem em intervalos de minutos. Dos 700 aditivos utilizados pela indústria com a justificativa de sofisticar o sabor do cigarro, a amônia tem a específica função de liberar dose maior de nicotina para apressar o vício. Outro efeito devastador da nicotina é a vasoconstrição, que diminui o calibre dos vasos dificultando a circulação do sangue. Hipertensão, aterosclerose, espessamento das paredes das artérias e sua obstrução, são conseqüências diretas da nicotina. Assim, gangrena das extremidades (doença de Reynaud), impotência, doença das coronárias, angina de peito, infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC) são conseqüências inevitáveis para o fumante e, pior ainda, para o diabético! Os fumantes de 20 cigarros por dia - 1 maço - tragando em média 10 vezes por cigarro, recebem 200 impactos de nicotina no cérebro, perfazendo 73 mil por ano! Os prejuízos sociais e econômicos devidos à nicotino-dependência, são pagos pela sociedade. O fato é inadmissível diante do analfabetismo e da desinformação que atinge 54,1 milhões de brasileiros indigentes, que nada sabem sobre os malefícios do tabagismo e suas conseqüências para a saúde.

2 – O monóxido de carbono tem 250 vezes mais afinidade pela hemoglobina do que o oxigênio. Dessa combinação surge a carboxihemoglobina que toma o lugar do oxigênio e impede a necessária oxigenação dos tecidos (hipoxia). Portanto, com o bloqueio da hemoglobina, as células dos fumantes estão sempre com falta de oxigênio, acarretando evidentes prejuízos aos sistemas circulatório e nervoso central, responsáveis pelo desenvolvimento da aterosclerose e da hipertensão. Calcule-se o significado disso para o diabético...

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Fonte: ADESF, em 21-11-2006.