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Sexta-feira, 21 de março de 2003

Cientistas criam fórmula para avaliar risco de câncer em fumantes
Programa leva em conta quantidade de cigarros consumidos e tempo de dependência
LUCIANA MIRANDA

Cientistas desenvolveram uma fórmula capaz de medir o risco de um fumante de longa data desenvolver câncer de pulmão. Quantidade de cigarros consumidos por dia e tempo de dependência do tabaco são fatores que influenciam o risco de fumantes e ex-fumantes terem a doença.

O trabalho, publicado na edição desta semana da revista do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, foi feito por uma equipe do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, entidade considerada referência mundial em oncologia.

O teste só vale para fumantes que tenham entre 50 e 75 anos e que sejam consumidores de 10 a 60 cigarros por dia durante 25 a 55 anos. Ex-fumantes com essas características também podem fazer o teste desde que tenham parado de fumar há 20 anos ou menos.

O cálculo é feito automaticamente pelo site do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, a partir de seis informações do fumante ou ex-fumante: idade, sexo, número de anos da dependência, quantidade média de cigarros consumidos por dia, há quanto tempo é ex-fumante e se teve exposição a amianto.

Um homem de 68 anos que fuma 40 cigarros por dia desde os 18 possui um risco de 15% de ter câncer de pulmão durante sua próxima década de vida se continuar fumando. Se ele parar de fumar, seu risco cairá para 11%.

Fator de risco - Apesar de haver outros fatores de risco para que a doença se desenvolva, como poluição, exposição a amianto e hereditariedade, o cigarro ainda é o de maior peso. "Entre 80% e 90% das pessoas que têm câncer de pulmão são fumantes ou ex-fumantes." diz Jefferson Luiz Gross, cirurgião torácico do Hospital do Câncer A. C. Camargo.

Enquanto, no passado, os homens lideravam as estatísticas de câncer de pulmão, hoje as mulheres já dividem também esses números. A mudança ocorreu na última década. Segundo Gross, para cada dois homens com câncer de pulmão, há uma mulher com a doença.

"O tabagismo é uma doença", alerta. Trata-se de dependência química difícil de largar sem ajuda profissional. Gross lembra que das pessoas que se propõem a largar o cigarro, de 35% a 40% conseguem fazer isso com a ajuda de adesivo de nicotina, uso de antidepressivo ou terapia comportamental. "Só de 5% a 10% dos fumantes que tentam parar de fumar sozinhos, ou seja, sem nenhuma ajuda profissional têm sucesso."






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